Leitura comentada  | Corredores, codinome: loucura

Olá,

Acabou o Carnaval (eu acho) e aterrisamos em Março… espero que esteja pronto para as novidades. Começaremos com um novo e delicioso encontro com o livro Corredores, codinome: loucurada querídissima Mariana Gouveia. Eu e a Suzana Martins já estamos ansiosas para comentar o livro que conta a história da jovem Maria, uma menina vítima de abuso dentro de casa e que ao gritar e espernear, denunciando o padrastro, acaba sendo levada para um Hospício, onde o horror ganha nova definição.

O romance, publicado em 2018 trata a loucura da jovem como a única justificativa possível para denúncias feitas e consideradas inadequadas pela própria mãe, afinal, o homem que Maria acusa, jamais seria capaz de tal ato.

Corredores é o cenário da história de Maria… que é trancada num hospício pela própria mãe após ser vítima de abuso sexual dentro de sua própria casa. Loucura atestada, a solução é entregá-la aos cuidados de Mathilda — uma mulher que não enxerga pessoas, apenas números numa folha mapeados pela condição determinada por ela e, assegurada pelo Estado que só quer se livrar de seus “doentes”.

 Anota aí, dia 24 de março, às 19h30

Coletivo O mapa de vênus

R$ 37

Olá,

Hoje é dia de sugestão de leitura aqui no blogue! E para quem gosta de poesia… a dica é o Coletivo O Mapa de Vênus… que surgiu a partir de uma missiva escrita por mim e, enviada as poetas Anna Clara de Vitto, Kátia Castañeda, Mariana Gouveia, Nirlei Maria Oliveira e Suzana Martins…

Os cadernos que compõe o livro O mapa de vênus forma feitos a partir das respostas escritas pelas poetas correspondentes, em forma de poesias… e enviadas a mm.

É um projeto que convida você, ao final da leitura, a migrar da condição de leitor para a de correspondente. Pegue papel, caneta, um envelope, de preferência feito por você mesmo… e escreva-nos a sua missiva. Será um prazer colher suas impressões ao final da leitura…

Coletivo Nascer pela segunda vez

R$ 37

Olá,

Hoje é dia de sugestão de leitura aqui no blogue! E para quem gosta de poesia… a dica é o Coletivo Nascer pela Segunda vez… que surgiu a partir de um desafio proposto por mim, em 2021.

A idéia era construir um Livro a partir de diferentes vozes, que falassem ao leitor as emoções que apenas a poesia é capaz de orientar em linhas e versos… a partir de um tema que fala por si: nascer pela segunda vez... algo que fazemos ao despertar em uma dessas manhãs que pertencem a um dia qualquer pautado por um calendário — que um astrólogo arbitrário, inventou para o meu uso. E roda a melancolia. seu interminável fuso! — como escreveu a poeta, Cecília Meireles.

Os poetas que aceitaram o desafio… compreenderam que cada poema deveria ligar-se ao outro, como vagões de um trem. E no processo de seleção, eu me coloquei como uma locomotiva, dessas que despejam no ar um sonoro apito, avisando da partida de uns e da chegadas de outros…

Tenho uma amiga que gosta de dizer que poemas são preces e outra, que livros são presenças. Gosto imenso das duas definições… E você, em qual prefere?

Se você aceitou a minha sugestão de leitura, aproveite e fique com a pergunta em mente e veja que resposta surge ao finalizar a leitura de cada um dos cadernos que compõem o Coletivo Nascer pela segunda vez… 

Participaram do Coletivo: Adriana Teixeira Simoni, Manoel (manogon) Gonçalves, Margarida Montejano da Silva, Nic Cardeal, Nirlei Maria Oliveira, Rozana Gastaldi Cominal e Suzana Martins…

E nesse mês de Fevereiro… a Scenarium vai sortear um exemplar de Nasce pela segunda vez no dia 28 de fevereiro. Toda compra feita coloca o seu nome na lista dos sorteio…

Leitura comentada  | Alice, uma voz nas pedras

Olá,

Temos um novo encontro marcado e dessa vez… eu e Suzana Martins iremos comentar o livro Alice, uma voz nas pedras… de minha autoria.

O romance escrito por mim e publicado em 2020 conta a história da jovem Alice, uma menina sonhadora que desde a infância deseja encontrar o seu par e ouvir dele um romântico pedido de casamento. E o sonho vira realidade. Mas no meio do caminho, os abusos e a violência cometidas pelo marido, faz da vida de Alice um pesadelo…

Alice, uma voz nas pedras não é leitura fácil! Mas os elementos destacados: marido-esposa, sonho de princesa, conto de fadas, desejos e vontades nos coloca para pensar em como os modelos estão errados e as fórmulas incorretas. Em pleno século XXI, ainda chafurdamos no atraso quando se trata do lugar da mulher e do homem na sociedade.

 Anota aí, dia 17 de fevereiro, às 19h30

Leitura comentada  | O amor sem mestre

Olá,

Estamos de volta e no melhor estilo… com o nosso encontro mensal: Leitura comentada. E par começar oo primeiro capítulo de 2023, eu e Suzana Martins iremos comentar (na próxima sexta-feira, às 19h30) o livro O amor sem mestre… um conto de fadas as avessas, onde o Príncipe vira um Sapo.

Na ficção curta escrita por Flávia Côrtes, a personagem da trama, acredita estar diante de um homem maravilhoso — o melhor dos espécimes. O desejo de ser amada e de se sentir desejada — que habita na maioria das mulhers — impede Luziana de perceber a emboscada que é relacionar-me com um suposto Príncipe…

“O Amor sem mestre” conta a história de uma jovem romântica. Luziana, como muitas meninas apaixonadas, imaginava viver um conto de fadas. Mas a carruagem virou abóbora muito antes da meia-noite. Sem fada madrinha ou sapatinho de cristal, ela precisou encarar o sapo que beijou pensando ser um homem.

 Anota aí, dia 20 de janeiro, às 19h30

Scenarium 8 | Coletivo Barquinho de papel

Adriana Aneli

Marcha Soldado

Isabel Rupaud

Barquinhos de Papel

Lunna Guedes

Origami

Mariana Gouveia

Barquinhos

Rozana Gastaldi Cominal

Barquinhos de Papel

Suzana Martins

Delírios de Papel

Barquinho de Papel  | Delírios de papel

A brisa entrou pelas janelas e trouxe memórias que estavam guardadas em baús revirados de saudade. O perfume sutil daquela flor no quintal, a cor do céu — em seu revezamento sublime entre o azul e o cinza — e as cortinas bailando com o vento chegam até mim feito lembranças agridoces de todas as minhas nostalgias pretéritas.

Recordações afloradas na ponta do lápis. Pequenos fragmentos de mim daquela que fui, ainda criança, a bailar solitária pelo quintal em tardes tempestivas.

Olho pela janela das minhas memórias e observo a chuva fina colorindo a tempestade. Entre uma nuance e outra, algumas histórias aparecem bordando elementos no papel. Tomo nota.

Admiro paisagens distantes. Revivo o passado e, longe do presente, aprecio aqueles olhos pequenos a brincar com um mar desenhado de giz de cera, um barquinho de dobraduras e água salgada espalhadas pela imaginação.

No delírio das horas infantis, sem preocupações ou receios, a cidade acendia a luz e um barco navegava iludido até os anéis de Saturno. Eu, até mesmo na versão criança, vivia à procura da lua. Velejava sem medo, com a estrela guia a derramar caminhos de água salgada a beira da tempestade. Planetas inteiros imersos na ilusão do vento a bailar com um veleiro feito de papel amassado e algumas palavras impressas em livros esquecidos.

A proa molhada, o timão girando e o sol inerte sem querer abraçar o dia, apenas gotas de chuva num universo cheio de estrelas insanas… em desvario.

Agora entendo por que sinto-me ligeiramente atraída pelas noites tempestuosas… essas em que os raios rasgam o céu e a chuva derrama músicas pelo telhado. Compreendo, ou apenas finjo compreender! São as minhas memórias infantis a resvalar histórias inventadas em tardes planetárias… alucinação, frenesi ou uma velha miragem daquele mar projetado numa bacia cheia de águas tingidas de azul.

Todas essas narrativas salgadas que moram em mim são formas em alto relevo. Ou simplesmente algumas gotas transformadas em mares de cristal e um espelho a refletir o céu em ondas. Um oceano inventado, um barco dobrado e palavras cantaroladas por alguém tão pequeno a imaginar finais incalculáveis.

Pequenos eus relatando mundos imaginários.
Levanto. Caminho até a janela das minhas memórias… as árvores que sombreiam o jardim, são companhias perfeitas, testemunhas de todos os devaneios inventados ao ar livre. Paro. Anoto detalhes. Presencio cenas. E, no rasgar do raio, mergulhada em pensamentos de minha infância, deixo a brisa acariciar o meu presente no abstrato do que um dia fui. Estou imersa na ilusão daquilo que me tornei.

As tempestades que acontecem fora do meu mundo são as mesmas que acalmam essa saudade a invadir minha derme. Barquinhos de papel jogados ao mar em noites de chuva seguem sua rota e chegam intactos ao seu destino. Temporais que habitam o meu delírio a imaginar lembranças agridoces.

Suzana Martins... Jornalista e designer por ofício. Escritora e fotógrafa por paixão e mera curiosidade lúdica. Participou da 1ª, 2ª e 3ª edição do projeto Diário das Estações e outras antologias. Autora do blog Minhas Marés e do zine poético Dias de Victória. É também a voz do podcast Espresso Poesia. Desde pequena, ama ouvir histórias, escrever e recitar versos. Acredita na arte como veículo de transformação interna e externa.

As Estações  | Da Pele

Em sua derme
traços de sol
gotas de sal
e o aroma das ondas
a mergulhar no mar.

Em seu corpo
um oceano inteiro
a exalar pelos poros
maresia, areia
verso salgado
e delírios perfumados.

Em sua pele salgada
mar, areia, água e sal
a iluminar detalhes
de um sol que nunca se põe.

A minha derme pulsa
um oceano inteiro
de saudades.


O meu corpo desenha
nostalgias geográficas
da maresia azulada
do litoral.
O meu sorriso
é um verão esquecido
ancorado em alto mar.

A minha tatuagem
tem nas entrelinhas
aquele verão salgado
em que o mar
incendiou
desejos marítimos
de nós.

A minha derme
respigada de sol
tem o desenho
do teu corpo
traços do teu cheiro
textura da tua pele
vontade explícita
de nós.

Suzana Martins... Jornalista e designer por ofício. Escritora e fotógrafa por paixão e mera curiosidade lúdica. Participou da 1ª, 2ª e 3ª edição do projeto Diário das Estações e outras antologias. Autora do blog Minhas Marés e do zine poético Dias de Victória. É também a voz do podcast Espresso Poesia. Desde pequena, ama ouvir histórias, escrever e recitar versos. Acredita na arte como veículo de transformação interna e externa.

Três poemas de Mariana Gouveia

Olá leitor e leitora,

Hoje é dia de Suzana Martins — autora do livro (in)versos — escolher 03 poemas… E a mulher-poetas das marés escolheu o livro O Lado de dentro, da poeta-pássaro-mulher: Maraina Gouveia… que nos proporciona belos vôos por suas sentimentalidades

Boa leitura!

Meu Quintal

O dia estava disfarçado de Chuvas.
Ave, reza…


e eu caí para dentro de sua sede
Fui saliva corpo adentro.
Ave, bem…

Te vi… tal qual textura no espelho
na estranheza das estações
no desaguar das nuvens.

Ave, sou!

Me permita

Me permita,
…arrumar o canto direito
de mim, onde teus vazios
e silêncios moram.


Quero ajeitar tua presença.
Deixar em um lado
…onde não faça tanta falta
E nem seja necessário
trocar de lugar cada vez que
tua Ausência doer.

Vou te colocar pela metade,
até quando se esvair inteiro
ou quando já nem lembrar mais
que Você estava ali.
Queria te trocar por — outra — essência,
outra cara, outro gosto!
Outra lembrança.

Outra flor… mas, todo sol
lembra você. E aqui é sol
o tempo inteiro — suor…
E todo suor lembra sal
E todo sal… me lembra você!

Me permita te trocar de prateleira.
Te colocar na mais alta,
onde eu não alcanço o
segredo guardado…


Me permita jogar a chave fora.
Para lembrar menos: você.

Sísmica

Alguma coisa acontece
no interno do onde
Do lugar que te escondo
para depois te buscar

É um quase um abalo
é química
Sísmica, terremoto intenso
te amar

O peito abala, embala
percebe quando você está
Desmorona meu teto
me torno objeto teu

Um chão que se abre
escombro
queria seu ombro

Mas o epicentro foi fatal
e eu me lembro sempre do
emocional encontro entre
um nome e um homem…

Entre a palavra e o poeta
e a fresta.  A porta aberta
e a escala de Richter
interno em mim.

Três poemas de Suzana Martins

Olá leitor e leitora,

Esta será uma semana poética aqui no blogue. Eu convite as Poetas da Scenarium para selecionar versos dos livros por nós publicados. Serão 3 poemas por dia… e começamos hoje, porque segunda-feira é o famoso e inspirador dia da lua…

Nirlei Maria Oliveira — autora de Palavr(Ar) –, escolheu o bélissimo livro (in)versos… de Suzana Martins e após folhear cada uma das páginas do livro, escolheu os poemas abaixo:

Boa leitura!

Menina de asas

Eu ansiava voar
como os pássaros
na imensidão do céu.
Imitei voos livres
que pareciam asas de águia
tatuadas em minhas costas
como uma simples farpa
na existência da liberdade
cravada em mim.

Sem penas e asas,
exalando coragem,
celebrei um voar silente
naquele céu atrevido e livre.

Tão sentidas as minhas asas,
que em um suspiro
lânguido e sereno
desperta palavras soltas
escritas em meus beirais.
Magnetismo liberto
no infinito azul.

Em um voar sublime,
trocam-se as asas
pelas palavras
e o que era tatuagem,
hoje são versos
que sobrevoam o papel.

Com a liberdade passeando dentro de mim
mesmo estando longe do céu,
aprendi com as palavras
o que eu não consegui com as asas: voar!

Testamento

Deixo as minhas letras embaçadas
o meu coração pulsando
e todas as memórias
de outono que escrevi
no litoral.

Ps.:
Não esqueça o potinho
de mar, água, areia e sal
que deixei na gaveta da estante.

Lá longe,
onde sol se põe,
ficam as minhas asas
adormecidas, intactas,
quase cansadas
esperando as palavras
e os versos
de um dia de outono.

Ali, onde o sol dorme
ensaio voos,
ajusto as nuvens,
desafio o canto
e sigo alto
para rasgar
o medo que
habita em mim.

Te amei à meia-noite
no escuro
no silencioso suspiro.

Te amei nas flores,
no toque sensível
no desejo infinito.

Te amei nas lembranças
à beira mar
no eclipse da lua
e nos labirintos
dos desejos
provocados por nós.

Te amei na areia
no mar, amar
na rua,
a todo instante
fui tua.

Toque

A tua palavra arrepia
a minha derme
e pulsa o querer
das nuances pretéritas
de tua geografia.

O toque suave
dos teus lábios adormece
em minha boca
o querer profundo
da tua atmosfera.

O teu céu
é um poema
de constelações absurdas
e um expoente
de amor sem fim.

O teu toque
é o meu arrepio,
o teu beijo
é o meu verso
sem rima
abraçado ao
teu poema
que pulsa na
ponta do sentir.

Conjugo o amor
no teu verbo
no teu sexo
na tua graça
na tua boca
nua e quente.

Falo de amor
com o teu beijo
com o teu toque
sem pressa,
na fluidez
do arrepio
sinto o pulsar
na derme.

Conjugo o amor
na tua boca
na tua pele
no teu sexo
que exala
em mim.

Você e eu,
frente e verso.

Avesso e inverso.

Você e eu
frente a frente
boca a boca
sexo a sexo
amor e desejo.

Você e eu,
frente e verso,
no avesso dos ponteiros,
em busca do amor
que escorre na boca
entre os dedos
no pulsar da pele
no arrepio do sentir.

Você e eu:
na ardência do desejo
à frente, ao avesso
ao reverso…

Você. Eu.
Frente. Verso.
Sexo. Desejo.
Amor. Vontade.
Pulsar. Gozo.
Querer. Arrepio.
Amar…

Você e eu
prazer!

Leitura comentada  | Quinta das especiarias

Olá,

No último capítulo do ano, eu e a Suzana Martins vamos comentar o livro Quinta das especiarias… uma iguaria literária que foi escrita pela queridissima Roseli Pedroso.

Eu posso até me classificar como suspeita para falar do livro e da autora… mas, contra fatos não há argumentos. E o livro é ma.ra.vi.lho.so. Uma viagem por aromas e sabores. Mas não vou falar mais nada… Deixo o convite para você participar da nossa leitura comentada de dezembro, lá no instagram… que será a última do ano. Mas Ano novo… leituras novas e comentários insanos totalmente novos.

É convite feito à moda antiga, impresso e com o seu nome em letras douradas, com horário marcado. Aconselho a escolher o que levar, porque é de praxe… não chegar com as mãos vazias. Encontrará a mesa posta, com a melhor louça da casa. Os talheres são de prata porque o silêncio você já sabe…


O cardápio foi escolhido com cuidado para conduzi-lo numa deliciosa viagem pelo tempo. Alguns pratos te levarão direto para a infância, outras para a juventude… certo mesmo é que tudo começa e termina na cozinha, o melhor cômodo da casa.

 Anota aí, dia 23 de dezembro, às 19h30

Leitura comentada  | Fio de Prata

Olá,

Nesse novembro arredio, Lunna Guedes e Suzana Martins comentam o delicioso livro de contos de Margarida Montejano: Fio de Prata… no instagram da Scenarium.

O Fio de Prata reúne sete contos ilustrados pelo artista plástico Ruy Assumpção, compostos por experiências reais e imaginárias, permeadas pela fantasia que a poética da vida e da literatura ilumina. Nos contos, o leitor encontrará lampejos de memórias do universo feminino que conduzem, de forma livre, à reflexão.
Os contos do Fio de Prata, publicados pela Scenarium, livros artesanais, abordam a vida na tênue linha da existência.

👉 Anota aí, dia 18 de novembro, às 19h30

Plural  | Poesia

Suzana Martins

Teu olhar insolente
aquece, marca e
rasga a minha derme.
Teus lábios sedutores
confunde, entrelaça e
atiça a minha sede.

Sem pudor, entrego-me!

Teu sorriso, deveras perverso,
suplica por um beijo tentador.
Sem reservas, nossos lábios se tocam.
Teu corpo, esta teia perigosa,
aquece as minhas vontades.

Entrego-me a ti!

Face a face.
Beijo a beijo.
Olhos nos olhos.
Desejos. Lascívia.
Sinto o teu toque e
teu calor incendiar
a nudez arrebatadora
da minha pele.

Entrego-me em chamas,
sem nenhum pudor.
Rendo-me ao prazer
vulcânico e sedutor
do teu querer.

As Estações

Olá,

Ah, as Estações do ano. Como sabemos: são quatro: primavera e verão, outono e inverno. Ciclos completos que Vivaldi musicou. 

A primavera é a mais conhecida. 
A minha favorita é o Outono. 

Mas ouvir as quatro em sequência, pela manhã, em um dia de sol após uma semana cinza, é particularmente saboroso. 

E eu recomendo… e deixo a sugestão para você que é assinante do Clube do livro da Scenarium para que faça isso na companhia do nosso livro de Agosto:

As estações 

Reunimos 04 poetas: Flávia Côrtes e Mariana Gouveia, Nirlei Maria Oliveira e Suzana Martins e em seus sagrados versos dedicados As estações da pele e da memória, do cuore e da alma… nos conduzem por uma trama onde corpo-alma-memória-e-cuore são uma matéria-una. 

O livro foi enviado aos assinantes, mas para quem não faz parte do clube, pode encomendar a partir de hoje o seu exemplar.

01 exemplar R$ 39,90
02 exemplares R$ 60,00

Um forte abraço
Lunna

Cartas à Gilka

Gilka Machado

biografia

Mariana Gouveia

Carta à Gilka Machado

Obdulio Nuñes Ortega

A Poeta que amava o amor

Questionário de Proust, por Suzana Martins

Somos as duas dos tempos do auge do blogue… não me lembro quem encontrou quem. Mas foi uma dessas colisões que o universo provoca. Trocamos cartas, versos… e há pouco tempo, tive o prazer de publicar um livro de poesias de sua autoria — (in)versos.

Suzana Martins é a menina das marés, a figura litorânea que chegava até mim… em ondas. Em seu blogue eu publiquei meu rascunho primeiro de romance, atendendo a um convite feito por ela, a época. Capítulos diários que só escrevi por não saber dizer não a ela…

Suzana Martins

O livro que a fez querer ser escritora tem história e Suzana nos conta que a pergunta a fez vasculhar algumas de suas memórias de infância e de sua adolescência — todas tinham algum livro aberto num canto da casa ou enfiado na mochila para ler entre um intervalo e outro das aulas. E ela lembrou-se de ter devorado todos os livros de Fernando Sabino, a quem escreveu contando algumas de suas impressões e um agradecimento sincero por ter aprendido algumas palavras novasm sendo que a mais legal de todas foi: mentecapto. E o autor não apenas respondeu, como a presenteou com um exemplar de A companheira de viagem. E ela acredita que foi assim que percebeu que poderia ser escritora.

E afirmou que a sua escrita foi influenciada pela poética cotidiana do Fernando Sabino, pela poesia do livro Olhinhos de gato da Cecília Meireles, pela fantasia do C. S. Lewis em As crônicas de Nárnia e pelos romances mamão com açúcar da Marcia Kupstas… e de autor em autor, se fez uma lista: Clarice, Ruth Rocha, Ariano Suassuna, Ziraldo, Jorge Amado, Poe e King… Ufa!

E depois revelou que O mundo de Sofia de Jostein Gaarder foi o livro que mais lhe causou ansiedade, ao ler. Chorou com A menina que roubava livros de Markus Zusak e riu com O auto da compadecida de Ariano Suassuna… Contou que envergonha-se por não ter lido (ainda) A redoma de vidro de Sylvia Plath. E que a sua cabeça foi virada no avesso por Recursão de Blake Crouch. E arrepende-se por ter lido A paixão segundo GH da dama da literatura brasileira Clarice Lispector. Sentiu medo ao ler O conto de Aia, da senhora Margareth Atwood e riu desavergonhadamente ao dizer que o melhor livro que tem em sua prateleira é o seu — (in)versos. Mas, voltou atrás por considerar que seria injusto (eu discordo) com a infinitude de exemplares nos quais se debruçou, nos últimos meses. Dentre as poesias e romances que abraçam os seus devaneios, ao olhar para a estante, Poemas de Wislawa Szymborska foi o primeiro livro que olhou de volta.