Plural  | Meu lugar no mundo

Bambina,

Enquanto te respondo ouço I’am not the Only one, na voz de um cantor coreano e revisito meu passado. Lua de papel fez-faz isso comigo e agora os três livros que compõem a história me observam no canto da mesa — ou eu a eles — e penso na sua missiva e nos personagens que você cita nela. Você sabe do meu carinho por Alexandra e como sua personagem me tocou. Não sei se foi empatia ou por que em algum momento me comparei com ela.

Eu fui Alex. Embora soubesse exatamente o que estava sentindo e encarasse isso de forma natural — até certo ponto — me vi envolvida por uma Raíssa.

Ana era esse trovão azul que você sentiu em Raíssa e era imensa, cobria qualquer lugar que estivesse com sua presença. Ana era real e era de Marte e eu? Ah, eu era a menina careta criada na roça, com tantas coisas embutidas dentro de mim, criada nos preceitos da igreja católica. Só por isso você pode imaginar que tudo fora dos “padrões” convencionais era considerado pecado por minha família.

A palavra pecado era pronunciada tantas vezes em casa que até alguns pensamentos me levava a rezar as 10 ave-marias — que o padre que visitava a fazenda duas vezes por mês nos impunha — antes mesmo de confessá-los e até isso, era considerado pecado.

Sempre relutei com os rótulos que designa a opção sexual de alguém. Lembro-me de que algumas vezes, por estar sempre de macacão era chamada de ‘sapatão’ pelos colegas de escola, já no ensino médio. Na época, nem entendia direito a palavra. Eu havia chegado recentemente da roça, criada distante de um grande centro e não sabia grandes coisas sobre o que acontecia fora das cercas da fazenda do meu pai. Mas sempre achei que o amor não precisava de rótulos ou jargões. Nem de sexo determinado… Mas, não ousava falar.

Talvez, por isso, fui compreensiva com Alex, no início. Eu era igual. Podada, medrosa e sem coragem. Talvez usasse a educação de uma família tradicional goiana para justificar o medo quando me vi encantada com Ana.

Mas, de repente, minha voz ganhou coragem e foi como se pulasse de um trapézio e dissesse: que se dane o mundo e os convencionais. Antes disso, havia engravidado do “primeiro namorado” na cidade grande e ele não reconheceu o filho, que morreu ao nascer. Me transformei em tantos personagens dos livros que lia que me perdia nos sentimentos.

E foi aí que o universo me ligou à Ana. Tanto para mim, quanto para ela era a primeira vez desse amor feminino que nos unia. Ela era mais corajosa do que eu e usávamos a poesia para nos fortalecer. Mas, ainda assim, ela era demais para mim. Eu só me sentia segura dentro de quatro paredes e me refugiava no medo de que minha família descobrisse o que eu era. Mas, o que eu era? A filha que ficou responsável pelos irmãos mais novos depois que a mãe morreu e que as irmãs mais velhas colocaram para fora de casa quando descobriram que eu amava outra mulher citando que eu estragaria meu futuro?

A mulher que sabia o que queria, sem perder a responsabilidade que me foi exposta tão cedo?

Para elas, eu era a rebeldia da adolescência em pessoa e para mim, eu era a liberdade que pensava em apenas amar. Sem rótulos ou culpa. Queria ser apenas a mulher que amava. Não a bissexual, a sapatona ou outras linguagens de gêneros que surgiram depois, porque para mim, não era o gênero que me importava. Mas o que eu estava sentindo.

Embora já tivesse tido namoros com rapazes e tivesse até engravidado de um, naquele momento, o amor me movia em outra direção. Ana. De Marte.

Hoje, parece uma história de ficção e Ana era tanto que o nosso lugar ficou pequeno e ela ganhou asas. Viajou para o exterior e eu fiquei só.

O envolver com outra mulher foi considerado por minha família como coisa de adolescente. Ana era a ‘culpada’ por se aproveitar de mim e mesmo assumindo tudo fui ignorada. Acho que sou até hoje.

Então, quando li Alex nas suas palavras eu quis abraçá-la. Até certo ponto eu a entedia… Não é fácil quebrar algumas barreiras. É preciso coragem e talvez, Alex não tenha conhecido alguém para ser exemplo.

Mas, quando Anne na sequência da sua história, vi ali meu reflexo mais puro… eu respirei várias vezes ao ler sobre Anne. Não havia como não me ligar a ela. A Alex era “meu passado” rabiscado em gestos tímidos e palavras secretas. Visão de uma cidade grande que não me cabia, mesmo em alguns momentos me sentindo tão pequena, sem encaixe no mundo.

Anne, possuindo o olho das certezas era eu descobrindo que podia falar abertamente para o homem ao meu lado e que eu escolhi para ser meu companheiro e ele entendia e era cúmplice da história que se desenhava para mim, ouvi dele que eu não precisava de definição nem de desculpas para viver o que queria.

Talvez, faltou apenas à Anne — diferente de mim — o marido que a escutasse e aprendesse a dividir os sentimentos. Ele me fez grande e maior do que a cidade e seu povo que estranhava tudo. Ele segurou minha mão e me seguiu quando Ana voltou.

Em muitos momentos, também me senti como Anne minguando, daí veio um sol que brilha quando a lua em seu estado minguante ainda se prepara para se esconder e comecei a ser dona de mim. Me reinventei e vivi o meu amor de livro. Um amor que conto em Colcha de Retalhos. Sem rótulos, sem pressão, sem denominação. Apenas amor.

Quando você cita sobre os elementos que as unia eu percebo que é o mesmo elemento que me ligou a elas e à minha história.

Acho que há muitas Alexandras, Raissas e Annes por aí. Muitas, escondidas, como eu fui por um tempo. E acho que a ficção me colocou dentro do universo pleno de ser quem eu sou sem meias medidas. Acho também que me fiz pertencer no mundo sem magoar ninguém.

Hoje, Ana se foi e sou grata a ela por tudo que vivi. Ainda vivo inquieta dentro das palavras dela e agora sei a qual universo eu pertenço...

O meu…

Mariana Gouveia

É autora do romance Colha de Retalhos

Setembro Scenarium

Olá,

E chegamos a Setembro, um dos meus meses favoritos no calendário dos humanos. Para quem não sabe, antigamente, era o sétimo mês do calendário antigo. Daí o nome setembro – september ou septembre… Foi o que serviu de inspiração para o título do meu Diário das 4 estações — Setpum, publicado em 2016… ao lado de Cadedos abertos, de Mariana Gouveia e A construção da primavera, de Adriana Aneli que fará parte do primeiro kit de primavera da Scenarium

03 livros por R$ 45,00

As Estações

Olá,

Ah, as Estações do ano. Como sabemos: são quatro: primavera e verão, outono e inverno. Ciclos completos que Vivaldi musicou. 

A primavera é a mais conhecida. 
A minha favorita é o Outono. 

Mas ouvir as quatro em sequência, pela manhã, em um dia de sol após uma semana cinza, é particularmente saboroso. 

E eu recomendo… e deixo a sugestão para você que é assinante do Clube do livro da Scenarium para que faça isso na companhia do nosso livro de Agosto:

As estações 

Reunimos 04 poetas: Flávia Côrtes e Mariana Gouveia, Nirlei Maria Oliveira e Suzana Martins e em seus sagrados versos dedicados As estações da pele e da memória, do cuore e da alma… nos conduzem por uma trama onde corpo-alma-memória-e-cuore são uma matéria-una. 

O livro foi enviado aos assinantes, mas para quem não faz parte do clube, pode encomendar a partir de hoje o seu exemplar.

01 exemplar R$ 39,90
02 exemplares R$ 60,00

Um forte abraço
Lunna

Julho artesanal | Correspondência

Por Mariana Gouveia

foi assim que você pensou que eu viria ao mundo
foi assim que que você me viu na floresta
foi assim que você me viu pendurado no poste elétrico
sempre pendurado num ramo qualquer, sempre usando
o verão.


só você sabia quantas flores eu usava
porque agora eu já sei
que você dedicava as noites
à contagem…

Matilde Campilho

Leonor,

Mais uma vez te escrevo e não sei se essa carta irá para a caixa redonda que fiz com folhas de jornais, que é onde guardo coisas tuas… As cartas que recebi, as que escrevi e voltaram, junto com as que não enviei.

Hoje, queria apenas te mostrar o quintal… o vento derrubou as flores do ipê e ele parece feito de ouro. Um tapete de flores amarelas no chão. Isso me fez lembrar que você só o viu em broto, quase rebento. Depois disso, perdi o tanto de vezes que ele floriu. No início, eram poucas flores, duas ou três por galho…  A flor do ipê tem essa mania de se oferecer ao vento e basta uma brisa leve para que dance em rodopios até cair no chão.

Mas, nesses anos todos, ele aprendeu a florir. A copa está amarela como nunca vi e por incrível que pareça ainda nem é agosto.

Juro que eu pensava que iria florescer em agosto, quando o cerrado transforma a secura em beleza. A gente havia marcado essa viagem para um agosto qualquer, lembra? Mas você sumiu e o ipê continua a seguir seu curso de dar flores temporãs.

Dizem que hoje é o último dia do outono e me pergunto: como saber esse exato instante em que uma estação se despede da outra? É possível, Leonor, saber? Ou você me responderia com o sopro do dente de leão entre risos?

Amanhã começa o inverno e você sabe que essa estação nunca existiu no meu lugar…  Mas, nesse ano foi tudo diferente. O tempo misturou as estações uma dentro da outra e vivi quase todas nesse mês. Agora, ao te falar a respeito das flores do ipê, parece que a primavera exalava no quintal. As hortênsias também floresceram e as avincas parecem buquês de noiva. E amanheceu tão frio que parecia que o inverno havia antecipado a chegada. Porém, quando o sol atravessou as nuvens e a parede sem reboco da vizinha da esquerda, o calor habitual aconteceu.

Você diria que essas coisas só acontecem comigo, no meu lugar… e eu te responderia que apesar de ser tão cética, essas magias continuam acontecendo por aqui. Acho que todos se habituaram com a sua ausência devido a falta de notícias e eu me apego a essas coisas para atravessar esse caminho que você desenhou.

Lembro-me de quando você viu, pela primeira vez, as borboletas virem em minhas mãos. Era uma tarde que antecipava chuvas e eu recolhia as roupas no varal quando uma delas surgiu e, de repente, pousou em minha mão… você pediu silêncio e registrou em fotografia… o momento.

Ainda tenho a fotografia, guardada na mesma caixa… Lembro-me de que foram vários clicks e seu olho de encantamento se misturava com a pergunta: como você faz isso? Depois, foi outro bicho, outras borboletas, outros insetos e eu expliquei que eles fugiam da chuva que se anunciava… buscando um lugar na varanda, longe dos pingos que caiam enquanto você esperava pela chuva no meu quintal. E ela veio morna e você dançou como quem brindava o instante… a coisa mais linda que aconteceu no meu lugar.

Eu ainda sinto sua falta todos os dias.
Beijo meu,

Mariana Gouveia

Cartas à Gilka

Gilka Machado

biografia

Mariana Gouveia

Carta à Gilka Machado

Obdulio Nuñes Ortega

A Poeta que amava o amor

Questionário de Proust, por Mariana Gouveia

A primeira vez que a busquei no aeroporto foi em um agosto-outro. O ano já me escapa porque eu não sou boa com marcações. Mas, eu me lembro da chegada e do abraço… De nós duas na cozinha; eu com a mão na massa e o olhar surpreso de Mariana Gouveia com o tamanho do pão — feito em pleno inverno paulistano. A frase dita em voz alta por ela ainda ressoa em mim.
Conversamos sobre tudo e nada…
Ela do outro lado da mesa e eu ali, a costurar os livros, finalizando-os na véspera do lançamento.
Mariana foi uma das primeiras pessoas a aceitar o meu convite para essa aventura plural mas, antes da Scenarium já havia uma mistura de sentimentos. Nossas vidas se entrelaçam, se misturam e se confundem em tempo-espaço, como se fizéssemos parte de um mesmo cenário. Sempre que faço um convite… prontamente ela responde e dessa vez não foi diferente.

Mariana Gouveia

Começou dizendo — ao responder as perguntas feitas — que o livro que a fez querer ser escritora foi A Ilha perdida, de Maria José Dupré e pasmem senhores, não foi um livro que influenciou a escrita de Mariana, foi um Autor e não foi qualquer um… Manoel de Barros. Ficou com tanta ansiedade enquanto lia O perfume, de Patrick Süskind… que a leitura foi como um sonho surreal, desses que você acorda e tem a sensação de que viveu alguma aventura, alguma coisa insólita e, talvez por isso, tenha se arrependido da leitura. Chorou com A cabana, de William P. Young e a Última música, de Nicholas Sparks. Riu horrores com Cadê Você Bernadette?, de Maria Sample. Envergonha-se de não ter lido Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marquez. A sua cabeça foi virada pelo avesso por Alice, uma voz nas pedras e o melhor livro em sua prateleira é Lua de Papel, de Lunna Guedes… eu mesma, em pessoa e em dose dupla.

Se estou insuportável? Imagina…

Crônica | A(s) mulher(es) que me inspira(m)…

Adriana Eliza Bozzetto

A(s) mulher(es) que me inspira(m)…

Manoel Gonçalves Manogon

Há mulheres que me inspiram

Obdulio Nuñes Ortega

A mulher que me inspira

Coluna Plural | Rotina Clandestina

Joakim Antônio

Rotinas

Mariana Gouveia

A minha rotina clandestina

Obdulio Nuñes Ortega

Criminoso

Carta a menina que fui na ciranda da vida

Ciranda, cirandinha
vamos todos cirandar!
Vamos dar a meia volta

volta e meia vamos dar

— cantiga popular —

Da minha janela, enquanto uma chuva fina cai, ouço na rua de cima as crianças da casa laranja brincarem. Imagino a roda se formando e os risos me leva até à minha infância. É nesse portal — dentro da minha imaginação — que te escrevo. Escrevo para você — a menina que fui — e que corre atrás dos irmãos e ri diante da roda que se forma. Perdi o anel de vidro em alguma história. Ganhei o verso bonito antes de ir embora para além da estradinha que serpenteava seguindo o contorno da floresta.

Misturo os momentos nessa ciranda insana — palavras da minha bambina — em que a vida me jogou. O rio secou lá para os lados onde nasci. Dizem que fizeram uma represa para instalar um monjolo — ou uma usina no Norte — e nos campos onde corri, a plantação de soja ganhou rumo afora, até onde o horizonte se mistura com o céu. Arriscam de vez em quando, entre uma safra e outra, o brilho dos girassóis e eles brincam de ciranda em torno do sol.

As mãos da minha irmã caçula a segurar com força enquanto rodopia no ritmo do vento. A palavra ciranda a ganhar contornos de união nos abraços trocados… tudo se transforma dentro da palavra mágica da saudade. Parece que além da janela, ecoa na rua de cima, o vento lá da menina que adorava cirandar e que dentro do tempo corrido, ciranda nas lembranças de lá.

Enquanto cubro a menina com o lençol de flanela para os dias de frio desenho o retrato na parede. A mãe e o pai de olho grudado em nós e o laço de fita a soltar da trança e a xícara a fumegar o chá de erva — doce.

Como as lembranças se chamariam se pudessem falar? Como seria se os álbuns de fotografias pudessem dançar com as cortinas?

As palavras cirandam no suspiro… e em frente da minha janela mora uma ciranda na praça que as crianças brincam. O relógio da matriz canta de hora em hora e de repente, eu cresci… Os balanços rodando, rodando. E o mundo acontecendo lá fora.

Uma pessoa levanta, outra senta. As sombras parecem pessoas perdidas no lugar. Uma moça passa correndo. O celular ilumina o rosto de alguém na noite em que a chuva fina lembra a frase da mãe, que mandava a gente correr para dentro — enquanto a chuva de molhar bobo molhava a gente – ninguém queria ser bobo na voz da mãe… A noite é esse brinquedo que risca o chão. E a ciranda do tempo, essa senhora que fica muito tempo sem fazer movimento e depois ganha velocidade da menina que um dia eu fui.

Em frente da minha janela moram palavras que viram cartas que é uma multidão. Acho chique nomear a dança de ciranda e endereçar cartas que talvez nunca envie. Que talvez leia em voz alta andando em voltas no quintal e quem sabe descobrir o nome do futuro dentro dos olhos de quem já foi criança comigo. Eu não sei, mas em dias de chuva essa menina parece apenas um vulto. Em dias normais é apenas o gesto do meu pai que cantava baixinho a cantiga popular enquanto seguia estradinha afora rumo ao horizonte.

Mariana Gouveia — adoradora de lua – é de lua – vive em todas as fases no equilíbrio entre o sonho e a realidade. Entre o que inventa e o que ditam para ela fazer. Tem nas costas a metamorfose das borboletas, os desafios dos bichos e de noite se fantasia de escrever.

Pinta o dia com esperança e brada a liberdade que conquistou as duras penas. Tem os pés no chão – literalmente – e as mãos a voar. Devia ter tido asa, já que vive a fantasia dos voos. Cria listas mas nunca cumpre elas. Quebradora de regras desafia a arte de viver.

romances

COORDENADO PELA AUTORA LUNNA GUEDES
scenariumlivrosarteanais@gmail.com


Em 2014 publicamos o nosso primeiro romance… gênero literário preferido da Editora da Scenarium… contar histórias é uma Arte e publicá-las é um enorme prazer.

Lua de Papel

Conta a história de  Alexandra Mendes, uma menina do interior. Nascida num vilarejo, no meio do nada… a pequena Teodoro [um lugar fora do mapa do Estado de São Paulo]. Muito maior que o lugar em que nasceu e cresceu, ela deseja [secretamente] ir embora. Sonha em viver na cidade grande, a São Paulo de percursos muitos, que ela percorre durante a última noite do ano, como se fosse ela própria uma maratonista e libertando de uma vez por todas do destino traçado imediatamente ao seu nascimento: herdar a máquina de costura que está na família há várias gerações e se transformar na próxima Maria-costureira… de Teodoro. LEIA MAIS

Mia a holandesa dos pés descalços

Em Mia — a holandesa dos pés descalços —, o tempo e o espaço também são uma matéria flutuante. A história nos leva para os tumultuados anos 60, quando explode no Brasil, a Ditadura militar.
A história se inicia quando o personagem sai dos porões da Ditadura e emerge em vida. Embora sua alma ainda esteja atada ao breu. Sua pele impregnada pelo limbo dos excessos de um mundo onde a palavra LIBERDADE não é verbo.  LEIA MAIS

VERMELHO por dentro

…traz duas personagens femininas ‘mãe e filha’ e seus dilemas de vida. Duas figuras firmes-fortes-e-sonoras, conscientes de que tudo poderia ser diferente em suas vidas, mas uma vez feitas as escolhas, não é possível olhar para trás e pensar um futuro novo — diferente. É preciso conviver com o resultado das escolhas feitas. O passado de uma determina o futuro da outra, resultando em mágoas-distancias-e-ausência. Mas nem mesmo a mágoa que pauta os gestos das personagens impede que elas se amem, se respeitem e torçam uma pela outra, em seus caminhos inexatos’. LEIA MAIS

Corredores, codinome loucura

Corredores é o cenário da história de Maria… que é trancada num hospício pela própria mãe após ser vítima de abuso sexual dentro de sua própria casa. Loucura atestada, a solução é entregá-la aos cuidados de Mathilda — uma mulher que não enxerga pessoas, apenas números numa folha mapeados pela condição determinada por ela e, assegurada pelo Estado que só quer se livrar de seus “doentes”.  LEIA MAIS

Portas Abertas, codinome lucidez

Continua a história de Maria.. que deixou o hospício, após ter sua lucidez atestada, com a ajuda do Dr. Arthur… Mas… quando se deixa a escuridão, é necessário acostumar-se a luz.
Maria caminha entre o fantástico e o real, tentando compreender o que sobreviveu de si depois de tantos anos vivendo entre loucos reconhecidos, para conseguir existir em um mundo em a loucura parece ser o elemento chave. LEIA MAIS

Alice uma voz nas pedras

Alice é apenas mais uma vítima de uma sociedade machista, onde homens se sentem a vontade para ditar rumos e impor destinos às mulheres. A personagem principal de Lunna Guedes é apenas mais uma menina sonhadora que desejava encontrar um par, ser feliz e que acabou nas mãos de mais um homem. LEIA MAIS

Colha de Retalhos

Mariana nos brinda com a premissa de um instante único… em que tudo se alinha perfeitamente e os momentos geométricos se equilibram — como os planetas — no fio de trapézio de uma única palavra…
Despida de gravidade, a menina-mulher-poeta — contadora de histórias — flutua nessa trama da qual é personagem-persona-autora que se passa em um mundo transitório, sempre em movimento porque o mundo dá voltas e, em uma dessas voltas… LEIA MAIS

Poesias

coordenado pela editora Lunna Guedes
lunnaguedes@gmail.com

Quando criamos o selo Scenarium… optamos por publicar exemplos de poesias. Os nossos livros tem, no máximo, 50 poemas divididos em cadernos amarrados com fitas de cetim… o projeto gráfico é desenvolvido em cima do conteúdo selecionado para publicação o que permite que cada livro será único…

CAMINHOS tortos

A poesia de Manogon é um andar na corda bamba… gestual, quase circense. É o instante anterior ao abrir das cortinas. O passar das falas no camarim. O último olhar no espelho… o último aviso antes do breu da vida-memória-cena.

O LADO de dentro

A poesia de Mariana Gouveia viaja no tempo e espaço, e nos põe sentados a mesa do café,  para divagarmos sobre lugares imaginários onde o vento leva arrepio a pele onde os sentimentos todos se amontoam e são como pétalas na primavera, e são como folhas no outono, e são também verão e inverno..

DENTRO DE UM BUKOWSKI

O nome veio de uma resposta. Um comentário que eu gostaria de minha vida dentro de um livro, de preferência dentro do Buko. Tenho metas singelas. Todas envolvem dominar o mundo.

DIÁRIO das coisas que não aconteceram

…com o Diário, ou “des-diário” pretende-se quase muita coisa. Inventar os dias que não existiram. Conforme o tempo passa sem acontecer o que inventamos de ser, em luz e sombras, dias e noites, nascer e morrer.

O sol da tarde

O sol da tarde é livro de recolhimento. Desenhado nos tons escuros da dor e do medo. Tempo de maturação e rumores.
O ritmo tem a delicadeza da respiração, mas nele, o pensamento está em carne viva. Ali, onde cada palavra é áspera e a memória é pontiaguda, o amor débil e tênue espia.

Verbo proibido

A poesia de Adriana Elisa tem cor-aroma e precisa ser tragada num pesado gole para que o efeito de seu ‘verbo proibido’ seja sentido no fundo de si.

Diário do fim do mundo

São poemas e memória:  mosaico da consciência onipresente que se sucede na voragem do pensamento catalográfico e nem por isso menos emotivo.  É o homem mirando a si mesmo, desde as paisagens por onde passa, até reencontrar em cada palavra o passado, o presente e o futuro, que ainda teima.

LABAREDA

A poesia de Katia Castañeda não é experimento, mas flerta com esse elemento ao nos propor um jogo…. em que uma vida inteira ou um breve instante cabem dentro de um único verso, que irá restar enquanto sustentáculo de todo o livro, após a leitura.

Tempestade Urbana

Tempestade Urbana é um exercício de coletividade. O diálogo das artes é motriz de poemas de resgate. Aqui, o indivíduo se soma ao bem comum para só assim se transformar no humano repleto de possibilidades. Um livro de muros e horizontes, invisibilidade e plenitude. Um livro de amor pela cidade e pela arte urbana que brota, esplendorosa, do seu asfalto.

Palavr(Ar)

Na poesia de Nirlei Maria Oliveira não encontraremos frases-versos de efeito, ou a figura de estilo que visa impor uma imagem de grande aparato. Os poemas — divididos em três partes e ardilosamente somados — que compõe o PalavrAr… exibem uma poeta alinhada com o contemporâneo.

Lava

Lava é um caderno de poesias alinhavado com fita de cetim… É sobre brasa e sobre marés!

Corte cego

Corte Cego é um livro de pausas, de silêncios, sussurros ao pé do ouvido, toques de pelos eriçados, carícias de letras e frases carinhosas, de interação com o meio, sorrisos mudos, lágrimas contidas. 

(in)versos

Inversos é a minha pele em chamas, a poesia liberta, a alma exposta e o sentir revelado em conotações . Um livro pelo avesso, um verso fora da letra, o arrepio da derme e o sentimento dilatado. Inversos é para ler e deixar a alma pulsar além das entrelinhas.

Poesias Andarilhas

É o primeiro livro de poesias de Bianca César pela Scenarium.

A cada página desse livro… pequenas construções de lugares, pessoas e sentimentos se estabelecem como num jogo em que se busca por um igual.

Mulheres que voam

É plano de voo e matéria literária para os sentidos, cabe a quem lê percorrer vagarosamente cada poema e apreciar os detalhes artísticos da obra, respirar impregnado de cada verso e sentir no corpo o atravessamento pelos sentimentos recolhidos do íntimo da Autora em cada poema. leia mais