Hoje é dia de sugestão de leitura aqui no blogue! E para quem gosta de poesia… a dica é o Coletivo O Mapa de Vênus… que surgiu a partir de uma missiva escrita por mim e, enviada as poetas Anna Clara de Vitto, Kátia Castañeda, Mariana Gouveia, Nirlei Maria Oliveira e Suzana Martins…
Os cadernos que compõe o livro O mapa de vênus forma feitos a partir das respostas escritas pelas poetas correspondentes, em forma de poesias… e enviadas a mm.
É um projeto que convida você, ao final da leitura, a migrar da condição de leitor para a de correspondente. Pegue papel, caneta, um envelope, de preferência feito por você mesmo… e escreva-nos a sua missiva. Será um prazer colher suas impressões ao final da leitura…
Hoje é dia de sugestão de leitura aqui no blogue! E para quem gosta de poesia… a dica é o Coletivo Nascer pela Segunda vez… que surgiu a partir de um desafio proposto por mim, em 2021.
A idéia era construir um Livro a partir de diferentes vozes, que falassem ao leitor as emoções que apenas a poesia é capaz de orientar em linhas e versos… a partir de um tema que fala por si: nascer pela segunda vez... algo que fazemos ao despertar em uma dessas manhãs que pertencem a um dia qualquer pautado por um calendário — que um astrólogo arbitrário, inventou para o meu uso. E roda a melancolia. seu interminável fuso! — como escreveu a poeta, Cecília Meireles.
Os poetas que aceitaram o desafio… compreenderam que cada poema deveria ligar-se ao outro, como vagões de um trem. E no processo de seleção, eu me coloquei como uma locomotiva, dessas que despejam no ar um sonoro apito, avisando da partida de uns e da chegadas de outros…
Tenho uma amiga que gosta de dizer que poemas são preces e outra, que livros são presenças. Gosto imenso das duas definições… E você, em qual prefere?
Se você aceitou a minha sugestão de leitura, aproveite e fique com a pergunta em mente e veja que resposta surge ao finalizar a leitura de cada um dos cadernos que compõem o Coletivo Nascer pela segunda vez…
Participaram do Coletivo: Adriana Teixeira Simoni, Manoel (manogon) Gonçalves, Margarida Montejano da Silva, Nic Cardeal, Nirlei Maria Oliveira, Rozana Gastaldi Cominal e Suzana Martins…
E nesse mês de Fevereiro… a Scenarium vai sortear um exemplar de Nasce pela segunda vez no dia 28 de fevereiro. Toda compra feita coloca o seu nome na lista dos sorteio…
Sinto-me E contemplo a vastidão Sento-me E reparo a devastação Sou floresta de um homem só Tronco decepado De promissora plantação Pensamento solitário Frio, cinzento, sem folhagem Senhor minúsculo do tempo Sentado sobre terra Agora plana Sem picos e desfiladeiros Sem planícies e planaltos Sem poros e reentrâncias Só bobagem Sou peça solta Sem pino, parafuso Graxa e funcionalidade Apenas engrenagem Largada e esquecida Sento-me sobre minha obra Sinto-me apenas a sobra Penso, penso E nesse vazio Será que existo?
coordenado pela editora Lunna Guedes lunnaguedes@gmail.com
Quando criamos o selo Scenarium… optamos por publicar exemplos de poesias. Os nossos livros tem, no máximo, 50 poemas divididos em cadernos amarrados com fitas de cetim… o projeto gráfico é desenvolvido em cima do conteúdo selecionado para publicação o que permite que cada livro será único…
CAMINHOS tortos
A poesia de Manogon é um andar na corda bamba… gestual, quase circense. É o instante anterior ao abrir das cortinas. O passar das falas no camarim. O último olhar no espelho… o último aviso antes do breu da vida-memória-cena.
A poesia de Mariana Gouveia viaja no tempo e espaço, e nos põe sentados a mesa do café, para divagarmos sobre lugares imaginários onde o vento leva arrepio a pele onde os sentimentos todos se amontoam e são como pétalas na primavera, e são como folhas no outono, e são também verão e inverno..
O nome veio de uma resposta. Um comentário que eu gostaria de minha vida dentro de um livro, de preferência dentro do Buko. Tenho metas singelas. Todas envolvem dominar o mundo.
…com o Diário, ou “des-diário” pretende-se quase muita coisa. Inventar os dias que não existiram. Conforme o tempo passa sem acontecer o que inventamos de ser, em luz e sombras, dias e noites, nascer e morrer.
O sol da tarde é livro de recolhimento. Desenhado nos tons escuros da dor e do medo. Tempo de maturação e rumores. O ritmo tem a delicadeza da respiração, mas nele, o pensamento está em carne viva. Ali, onde cada palavra é áspera e a memória é pontiaguda, o amor débil e tênue espia.
São poemas e memória: mosaico da consciência onipresente que se sucede na voragem do pensamento catalográfico e nem por isso menos emotivo. É o homem mirando a si mesmo, desde as paisagens por onde passa, até reencontrar em cada palavra o passado, o presente e o futuro, que ainda teima.
A poesia de Katia Castañeda não é experimento, mas flerta com esse elemento ao nos propor um jogo…. em que uma vida inteira ou um breve instante cabem dentro de um único verso, que irá restar enquanto sustentáculo de todo o livro, após a leitura.
Tempestade Urbana é um exercício de coletividade. O diálogo das artes é motriz de poemas de resgate. Aqui, o indivíduo se soma ao bem comum para só assim se transformar no humano repleto de possibilidades. Um livro de muros e horizontes, invisibilidade e plenitude. Um livro de amor pela cidade e pela arte urbana que brota, esplendorosa, do seu asfalto.
Na poesia de Nirlei Maria Oliveira não encontraremos frases-versos de efeito, ou a figura de estilo que visa impor uma imagem de grande aparato. Os poemas — divididos em três partes e ardilosamente somados — que compõe o PalavrAr… exibem uma poeta alinhada com o contemporâneo.
Corte Cego é um livro de pausas, de silêncios, sussurros ao pé do ouvido, toques de pelos eriçados, carícias de letras e frases carinhosas, de interação com o meio, sorrisos mudos, lágrimas contidas.
Inversos é a minha pele em chamas, a poesia liberta, a alma exposta e o sentir revelado em conotações . Um livro pelo avesso, um verso fora da letra, o arrepio da derme e o sentimento dilatado. Inversos é para ler e deixar a alma pulsar além das entrelinhas.
É plano de voo e matéria literária para os sentidos, cabe a quem lê percorrer vagarosamente cada poema e apreciar os detalhes artísticos da obra, respirar impregnado de cada verso e sentir no corpo o atravessamento pelos sentimentos recolhidos do íntimo da Autora em cada poema. leia mais