Quarta parte de um ano sobre doze avos. Há pouco acabou o Carnaval, mas segue o baile (espero que sem máscaras). Temos, agora, outras trinta e uma páginas-oportunidades para continuar fazendo ou começar a fazer sentido. É no fim do mês que o calor começa a arrefecer com a chegada do Outono. E apesar de gerada durante o frio junino e estreado na estação da renovação, sempre me identifiquei com a época do florescimento. Mas nada é estanque: basta pensar que, atravessando a linha do Equador, é Primavera para metade do planeta e daqui a mais dois terços do ano, ela vai chegar aqui outra vez. Tudo é ciclo e é preciso ter atenção, conectar-se às estações de dentro, porque n’algum lugar (real ou imaginário) é sempre tempo de renascer. As folhas caem por aqui, enquanto as flores espocam no Norte para lembrar que tudo passa, ainda que os galhos fiquem quase ou totalmente nus. Os signos também mudam e, contrariando a lógica, de duas gerações de água, surgiu uma mulher de fogo. Basta uma faísca para que se faça a chama: o que importa é não desistir e manter ativa a nossa ESPERANÇA.
Adriana Aneli é autora de Abril na Agenda artesanal 2023